Eleitores de 215 das 217 cidades do Maranhão votaram no ex-secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula (PSB), para deputado estadual. O resultado da expressiva eleição foi a terceira colocação entre os candidatos mais votados e mais de 80 mil votos na primeira candidatura.
A avalanche de votos se deve, sobretudo, a evidência nacional do psbedista durante os dois primeiros anos da pandemia da Covid-19. Entre 2020 e início de 2022, Carlos Lula esteve à frente da presidência do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), onde deu entrevistas para veículos de grande audiência, dentre eles, Globo, CNN, Bandeirantes e Jovem Pan.
No Maranhão, Carlos Lula se tornou o principal porta-voz do combate à pandemia, sendo acessível aos veículos locais de comunicação, usando de transparência e clareza nas informações repassadas por meio de suas redes sociais quase que diariamente. Além de esclarecer sobre as medidas sanitárias, as ações lideradas pelo ex-secretário garantiram ao Maranhão o título de estado com melhor desempenho e a menor mortalidade por Covid-19 do país.
Nas eleições 2022, o ‘efeito Carlos Lula’ é um tanto inédito. No Maranhão, os candidatos alcançam votação superior a 80 mil quando possuem trajetória política conhecida ou grau de parentesco com políticos, não sendo este o caso do ex-secretário.
Em 2018, apenas a deputada Detinha [ex-prefeita de Centro do Guilherme e casada com o deputado Josimar do Maranhãozinho] havia alcançado resultado superior a 80 mil votos. Nas eleições de 2014, apenas Josimar do Maranhãozinho [com 10 anos de carreira política] e Glalbert Cutrim [filho de ex-deputado e ex-presidente do TCE]. Nas campanhas anteriores nenhum dos candidatos a deputado estadual atingiu a marca.
Embora ajudado por lideranças importantes, como os prefeitos de Coroatá, Humberto de Campos, São Domingos do Azeitão, Paço do Lumiar, Axixá, Governador Nunes Freire, a votação de Carlos Lula aponta mudança de comportamento do eleitor maranhense. Muito provavelmente, as eleições 2026 exigirão ainda mais candidatos com resultados reais e visíveis em todo o estado, além de um grau de aproximação maior com a população – seja no corpo a corpo ou na rede social. Não dá para fazer política apenas nas quatro paredes da Assembleia Legislativa.