Em entrevista concedida na noite dessa segunda-feira, 30, ao Programa Ponto Continuando, da Rádio 92 FM, o presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Gilberto Lins, afirmou que uma parceria público-privada seria uma das soluções para resolver os problemas existentes no sistema de transporte de passageiros via ferryboats.
“A Emap faria o investimento em embarcações novas, pois a população merece, e depois nós buscaríamos o privado para operar essas embarcações, exigindo critérios de operação para que a população seja atendida. Esse tipo de modelo já existe”, destacou.
Hoje são quatro empresas que atuam nesse transporte: a Envil, proprietária do ferryboat São Gabriel; a Banav, proprietária do José Humberto (que foi retirado de circulação por apresentar sucessivos problemas); e a Internacional Marítima, com três embarcações (Baía de São Marcos, Cidade de Alcântara e Cidade de Cururupu).
A quarta empresa é a Servi-Porto, responsável pela operação do ferry Cidade de Araioses. No entanto, a empresa está sob intervenção estatal, porém, conforme Gilberto Lins, esse não é o objetivo do governo.
“Quando assumimos, recebemos uma empresa sob intervenção do estado. O governador não concorda com essa intervenção, mas também respeita. Nós estamos de maneira muito cautelosa e respeitosa negociando com os proprietários da empresa para que essa intervenção termine, pois não é a intenção do governo trazer instrumentos que possam significar insegurança jurídica para o empresário. Nós não conseguimos trazer investidores para o estado se temos uma prática de intervir na empresa”, afirmou.
No início do governo de Carlos Brandão (PSB), a gestão dos ferryboats, que antes estava sob a responsabilidade da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), passou para a Emap. Segundo o presidente da estatal, uma das suas principais missões no comando da estatal é melhorar o serviço de transporte aquaviário de passageiros, que hoje enfrenta grandes desafios.
“A gente nunca conseguiu chegar a um patamar em que o serviço seja reconhecido como de excelência. A gente busca essa excelência já que foi essa a missão passada pelo governador: que a Emap consiga resolver definitivamente o problema histórico dos ferryboats. A minha missão, enquanto gestor da Emap, é que a população também seja bem servida nos terminais externos, que é o Terminal da Ponta da Espera, o Terminal do Cujupe, o Cais de São José de Ribamar, e com o transporte aquaviário. E para isso temos muito trabalho”, destacou Gilberto Lins.
*Transporte de cargas* – Este ano, o Itaqui, que é um dos mais importantes portos do Brasil, já alcançou a marca histórica de 30 milhões de toneladas movimentadas e a previsão da atual gestão é ultrapassar a marca de 35 milhões de toneladas movimentadas.
Segundo Lins, o quantitativo alcançado deve-se principalmente a supersafra de grãos no sul do estado, como milho e soja, destinados à exportação e também à capacidade operacional do porto.
“Não adianta nada você ter uma superprodução se o porto não conseguir atender. Então o porto está conseguindo atender essa demanda e estamos batendo esses recordes”, destacou o presidente.
Recentemente, o Porto do Itaqui também adquiriu um equipamento autônomo para o embarque de celulose, o que deve contribuir para acelerar o carregamento dos navios com a produção da Suzano.
Abaixo, acompanhe a entrevista completa: