O último trimestre de 2025 apresenta sinais positivos para o mercado de trabalho brasileiro. Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o comércio e os serviços devem gerar cerca de 118 mil vagas, entre contratações temporárias, efetivas, informais e terceirizadas — um aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2024.
As funções mais procuradas são presenciais, como vendedor (31% das oportunidades), cabeleireiro, ajudante e balconista. A remuneração média esperada é de R$ 1.819. Além disso, 47% das empresas planejam efetivar parte dos trabalhadores contratados durante o período sazonal.
Grande parte dessas contratações está ligada à Black Friday, que funciona como antecipação das compras de Natal. No entanto, a pesquisa indica que muitos consumidores demonstram menor entusiasmo com a data, alegando que os descontos nem sempre são vantajosos ou que alguns produtos chegam a subir de preço. Isso reforça a tendência do varejo de distribuir esforços entre novembro e dezembro.
Apesar do cenário positivo, especialistas alertam para a necessidade de ajustes fiscais. Conter o crescimento do gasto público em 2026 é essencial para reduzir a pressão inflacionária e criar condições para uma possível redução da taxa Selic mais cedo. A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) reforça esse ponto, destacando que os gastos públicos — federais, estaduais e municipais — ultrapassaram R$ 3,8 trilhões em 2025, e que cortes são urgentes para recompor o espaço fiscal necessário para reduzir juros.
Embora a geração de emprego e a recuperação setorial marquem o fim de 2025, a perspectiva para 2026 exige cautela. A pesquisa da CNDL mostra que 32% dos empresários citam a instabilidade econômica como motivo para não contratar, agravada pelo ano eleitoral, que aumenta a insegurança nos negócios.